Pan: Boxe conquista quatro ouros, 12 medalhas e faz melhor campanha da história no evento

Bia Ferreira, Carol Naka, Jucielen Romeu e Barbara Almeida foram campeãs; pugilistas brasileiros faturaram ainda cinco pratas e três bronzes.

30/10/2023

Por Comitê Olímpico do Brasil | Crédito da foto: Wander Roberto/COB

Uma campanha realmente histórica do Boxe brasileiro, com todos os recordes quebrados. Santiago 2023 agora é a edição com o maior número de ouros conquistados pela modalidade, com quatro, e a que os pugilistas brasileiros subiram ao pódio, com 12. As maiores responsáveis pelo desempenho incrível foram as mulheres: Carol “Naka” Almeida (50kg), Jucielen Romeu (57kg), Bia Ferreira (60kg) e Barbara Almeida (66kg) venceram suas lutas na sexta-feira, 27, no Centro de Treinamento Olímpico, no bairro de Ñuñoa, e conquistaram o ouro.

“Estou muito satisfeito com a equipe feminina, foi um desempenho monstruoso. O Brasil evoluiu muito com investimento em treinamento, participação em competições fora do Brasil, salário em dia. Hoje, Brasil e Colômbia são as potências do Boxe feminino do Continente”, disse Mateus Alves. 

As pratas ficaram Tatiana Chagas (54kg), Michael Douglas Trindade (51kg), Wanderley Pereira (80kg), Keno Marley Machado (92kg) e Abner Teixeira (+92kg). Já tinham garantido o bronze na quinta-feira: Viviane Pereira (75kg), Luiz Oliveira “Bolinha” (57kg) e Yuri Falcão (63.5kg). lembrando que, com o término do Pan, o Brasil é país que mais tem atletas classificados para os Jogos Olímpicos na modalidade, com 9. França e China, os segundos colocados na lista, têm 7 cada. O Brasil ainda terá como classificar os quatro atletas que não garantiram vaga em Paris 2024 nos pré-olímpicos em fevereiro e em maio.


“Vamos buscar (as quatro categorias que ainda não classificaram). Em 13 sorteios, as chances de caírem duas ou três chaves melhores é maior. É isso. Não é só competência, tem o fator de encaixar o jogo contra os adversários. As vezes vai encaixar melhor contra um país ou outro. E fugir de adversários duros como o Juilo (Cesar La Cruz) na primeira luta é bom, melhor pegar na semifinal ou na final”, completou Alves.


As lutas

Caroline Almeida (50kg) enfrentou Jennifer Lozano, dos Estados Unidos. No primeiro round, a estado-unidense teve dificuldade de achar a distância e Carol teve a vitória para 4 dos 5 juízes da luta. O ginásio estava ao lado da brasileira e quando sugiram gritos de apoio para Jennifer, prontamente responderam com “Brasil, Brasil”. No segundo round, a superioridade da brasileira ficou ainda mais evidente e a vitória de Carol veio por unanimidade. O terceiro serviu apenas para confirmar o ouro da pugilista nascida no Recife.

“E como falei, hoje eu vim aqui para me divertir e fazer o meu trabalho. Estou muito feliz, a pugilista boxeava do jeito que eu gosto. Ela não vinha para frente, me deixando bem solta. Nenhuma luta é fácil, mas essa comparada com a de ontem (semifinal contra Ingrit Victor, da Colômbia) foi mais rápido porque consegui fazer o que eu gosto, que é boxear assim meio solto, meio estranho, mas é meu jeito”, disse a boxeadora de 31 anos. Durante a pandemia, Naka teve depressão e perdeu 8 quilos. O Boxe a ajudou a se recuperar e, desde então, ganhou quatro Nacionais e subiu ao pódio do Mundial.

“Há uns dois anos que estou na equipe e vim trazendo resultados positivos. Desde que entrei, me vejo numa escada, subindo e o topo é Paris e uma medalha. Então, isso mostra que o trabalho da equipe só tende a melhorar”, completou.

A segunda decisão com brasileiros envolvidos na tarde desta sexta-feira foi um massacre. Jucielen Romeu (57kg), prata nos Jogos Pan-americanos Lima 2019, ouro nos Jogos Sul-americanos e atleta olímpica em Tóquio, dominou completamente o combate contra Valeria Mendoza, da Colômbia, e conquistou o terceiro ouro da modalidade.

“Essa medalha vai especialmente para o meu pai. Esse ano foi bem difícil, ele não está 100% de saúde, mas está lá assistindo e, com certeza, está muito feliz. Ano que vem vai estar 100% para me acompanhar em Paris. Essa medalha é em especial para ele”, dedicou a pugilista de Rio Claro (SP).

“Gostei bastante da luta de hoje. Eu subi muito decidida a ser campeã sem nenhum perrengue, sem nenhum susto como foi ontem (em que chegou a perder o primeiro round). Estudei bastante minha adversária e subi muito focada. Minha confiança estava 110%, decidida a ser campeã, a fazer tudo que eu treinei e que estava preparada para fazer. E deu tudo certo, foi uma luta tranquila, dominada nos três rounds. Agora é Paris, e se deus quiser, uma medalha olímpica”, completou.